27 de julho de 2016

Mahamat-Saleh Haroun - Grigris (2013)



Chade | Mahamet-Saleh Haroun | 2013 | Drama| IMDB
Francês | Legenda: Português
101 min | 1.16 MiB
 
Sinopse:
 Grigris é um jovem de 25 anos de idade, sem movimento em uma das pernas. Apesar disso, ele sonha em se tornar dançarino. No entanto, quando seu tio contrai uma doença grave, ele abandona o sonho da dança e aceita trabalhar para traficantes de combustível para conseguir dinheiro. 
 



  
Crítica 
 
'Grigris' retrata dureza da vida africana com estilo seco, mas cheio de energia

Por Inácio Araújo

Das várias razões para ver "Grigris", a menor delas não é, certamente, seu ator principal. Souleymane Démé, o dançarino Grigris do filme, foi um menino que teve uma das pernas afetada por uma injeção mal aplicada, que pegou seu nervo ciático. Sem ceder à paralisia, Démé tornou-se um fantástico dançarino que sensibilizou o diretor Mahamat-Saleh Haroun.

O centro do filme é, justamente, um enorme desejo de sobrevivência que mobiliza os personagens. Esse desejo é expresso nos contrabandistas que trazem gasolina de Camarões para vender em N'Djamena, capital do Chade. Mas o encontro com Démé determinou a mudança no filme e nuançou o tom da ideia inicial, em que o "thriller" policial poderia se impor.

Também o encontro com a bela Anaïs Monory, que faz a prostituta Mimi. A atriz fornece um dos grandes achados do filme, na surpreendente cena em que tira a peruca.

Mais do que tudo, existe o estilo seco e límpido desse cineasta, ganhador do Grande Prêmio do Júri em Cannes 2010 e um dos principais da África no momento. Trabalhando numa cidade (num país, num continente?) onde parecem escassear os empregos legais, Haroun consegue ao mesmo tempo captar com realismo a dureza de viver africana e criar um filme cheio de energia, numa ficção plena de alternativas.

Não será demais acrescentar: embora tivesse o visto de entrada absolutamente em ordem, Démé foi barrado em Bruxelas durante cinco horas e só pôde entrar na Europa depois da intervenção do Festival de Cannes, do qual era convidado. A África, mais do que um continente, parece ser um destino a enfrentar da maneira que for possível, com bons filmes, inclusive. 


Por favor, semeie! Semear é muito importante para que outras pessoas tenham acesso ao filme.
 
Créditos da postagem a Caçador, no MakingOff.
 

3 comentários:

José Laerton disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
José Laerton disse...

Só pra registrar a importância de iniciativas como esse blog para nós, povo africano em diáspora no Brasil. Cinema também é resistência!

Anônimo disse...

À semelhança fizemos um filme interessante e sobre o amor http://filmesonline.video/4595-how-to-tell-youre-a-douchebag-2016.html