Está disponível o trailer do documentário Kilombos, de Paulo Nuno Vicente. Assista-o aqui (clique).
Um homem desenha os limites da sua terra. Com um pequeno ramo de sapucaia, tenta um mapa de traços intuitivos, irregulares, mas mentalmente exatos. Clack! Quebra-o em duas porções imperfeitas para apresentar, neste chão de terra ocre, uma cartografia coletiva.
Almeida é esse homem. É-o aqui e agora em Matões dos Moreira, no estado do Maranhão. Ligando vértices granulados, o retângulo é agora de pó e com isso, acreditar-se-ia à primeira impressão, vago e composto de matéria volúvel. Mas os seus traços são precisos: na exata medida em que reconstrói pelo traço uma comunidade que é, antes de mais, mental – Benedict Anderson chamar-lhe-ia “imaginada” – a sua cartografia é uma extensão caligráfica da sua identidade.
Ou como diz Emília: «Nós não sabemos onde está Matões de acordo com o conflito. Mas na nossa cabeça, na nossa memória, na nossa história nós sabemos onde estamos». O sentido de pertença a uma identidade extravasa a fronteira do medo. Ser quilombola é estar para lá do lugar. Uma imagem perdura para lá do que representa. «Kilombos» é uma tentativa de cartografia antropológica para os antagonismos do Brasil contemporâneo, metonímia oral do globalizante e do ancestral em fluxo.
Ficha Técnica:
Realização - Paulo Nuno Vicente
Direção de imagem - Luís Melo
Produção - Instituto Marquês de Valle Flôr
Parceiros - Plataforma das ONG's de Cabo Verde, Acção para o Desenvolvimento, Associação das Comunidades Negras Rurais Quilombolas do Maranhão, Universidade de Aveiro
Co-financiamento - União Europeia, Instituto Português de Apoio ao Desenvolvimento
Almeida é esse homem. É-o aqui e agora em Matões dos Moreira, no estado do Maranhão. Ligando vértices granulados, o retângulo é agora de pó e com isso, acreditar-se-ia à primeira impressão, vago e composto de matéria volúvel. Mas os seus traços são precisos: na exata medida em que reconstrói pelo traço uma comunidade que é, antes de mais, mental – Benedict Anderson chamar-lhe-ia “imaginada” – a sua cartografia é uma extensão caligráfica da sua identidade.
Ou como diz Emília: «Nós não sabemos onde está Matões de acordo com o conflito. Mas na nossa cabeça, na nossa memória, na nossa história nós sabemos onde estamos». O sentido de pertença a uma identidade extravasa a fronteira do medo. Ser quilombola é estar para lá do lugar. Uma imagem perdura para lá do que representa. «Kilombos» é uma tentativa de cartografia antropológica para os antagonismos do Brasil contemporâneo, metonímia oral do globalizante e do ancestral em fluxo.
Ficha Técnica:
Realização - Paulo Nuno Vicente
Direção de imagem - Luís Melo
Produção - Instituto Marquês de Valle Flôr
Parceiros - Plataforma das ONG's de Cabo Verde, Acção para o Desenvolvimento, Associação das Comunidades Negras Rurais Quilombolas do Maranhão, Universidade de Aveiro
Co-financiamento - União Europeia, Instituto Português de Apoio ao Desenvolvimento
Leia aqui um artigo de Paulo Nuno Vicente sobre o documentário.
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