África do Sul/Reino Unido | Richard Stanley | 1992 | Suspense/Horror | IMDB
Inglês | Legenda: Português
103 min | XviD 608 x 320 | MPEG1/2 L3 103 kb/s | 23.976 fps
Inglês | Legenda: Português
103 min | XviD 608 x 320 | MPEG1/2 L3 103 kb/s | 23.976 fps
800,2 MB
Dust Devil / O colecionador de almas
Dust Devil, o “demônio da areia”, dá cabo de pessoas angustiadas que pensam em suicídio. Este é o exato perfil de Wendy (Chelsea Field), garota que acaba de largar o marido violento (Rufus Swart) e trafega sem rumo pelas estradas poeirentas do interior da África do Sul, enquanto é perseguida pelo amante.
Crítica: O colecionador de almas
Mix de horror sobrenatural e thriller criminal aproveita as desoladas paisagens africanas para absorver uma atmosfera onírica e exótica
A expressão “dust devil” se refere a um fenômeno meteorológico muito comum no oeste dos Estados Unidos e em outras grandes planícies desertas. São aqueles redemoinhos de poeira, parecidos com pequenos furacões de areia seca, que podem ser vistos em dias quentes e sem vento. Nas regiões que registram o fenômeno, eles são muitas vezes associados a lendas e mitos locais, como a própria expressão original indica (no Brasil, o folclore diz que o Saci Pererê ou o próprio Satã se escondem dentro deles). O cineasta sul-africano Richard Stanley aproveitou a lenda para criar “O Colecionador de Almas” (Dust Devil, África do Sul, 1993), um mix de horror sobrenatural e thriller criminal, aproveita as desoladas paisagens naturais do país africano para absorver uma atmosfera onírica e exótica.
Produzido com o modesto orçamento de US$ 4,6 milhões, o longa-metragem ganhou status de cult em certos círculos cinéfilos, devido aos problemas enfrentados pelo diretor para lançá-lo comercialmente. Filmada em 1991, a obra demorou dois anos para entrar em circulação, e mesmo assim em cópias não autorizadas pelo cineasta. Ocorre que, por contrato, Stanley tinha direito à montagem final da versão européia, ficando a norte-americana sob poder da produtora Miramax. O estúdio rejeitou o corte original de 120 minutos, reeditou o filme à revelia do diretor e deu início a uma batalha judicial. A versão mutilada de “O Colecionador de Almas” acabou sendo exibido em alguns países. Em outros, como a Inglaterra, o filme jamais foi lançado.
Aliás, após a falência da empresa inglesa associada à produção, os copiões originais passaram dois anos desaparecidos, até o diretor conseguir encontrá-los em um cofre nos arquivos de outra empresa. Stanley montou uma versão oficial, mas só conseguiu mostrá-la ao mercado de home video, com o lançamento de DVDs especiais. Toda essa confusão acabou por atrair os olhares dos amantes de filmes obscuros, que ergueram em torno da obra uma aura cult. “O Colecionador de Almas” é um trabalho interessante, que guarda semelhanças narrativas inegáveis com o anterior (e superior) “Coração Satânico”, de Alan Parker. Os dois filmes mostram detetives investigando mortes violentas, e precisam lidar com magia negra no curso das respectivas investigações.
Stanley filmou nos desertos da Namíbia, e demonstra claro interesse pelo folclore local, dando espaço generoso na história ao personagem de um curandeiro que serve de guia para o detetive que investiga uma série de assassinatos sangrentos. A composição do personagem do policial vai na contramão dos protagonistas habituais – é um negro de meia-idade (John Matshikiza) que se mostra cético quanto à existência de explicações sobrenaturais para as mortes. Esta explicação, porém, existe, já que os crimes vêm sendo cometidos por uma entidade demoníaca que toma forma de um viajante solitário (Robert John Burke). O “demônio de areia” dá cabo de pessoas angustiadas que pensam em suicídio. Este é o exato perfil de Wendy (Chelsea Field), garota que acaba de largar o marido violento (Rufus Swart) e trafega sem rumo pelas estradas poeirentas do interior da África do Sul, enquanto é perseguida pelo amante.
Utilizando uma fotografia fortemente estilizada, que usa tonalidades carregadas de laranja e vermelho e abusa de tomadas panorâmicas do deserto para enfatizar a alienação dos personagens, o cineasta filma estas quatro figuras trágicas em rota de colisão. A narrativa é deliberadamente lenta, abrindo espaço para sonhos e delírios, e algumas seqüências gráficas de violência e sexo. Stanley afirma ter criado uma narrativa em formato de espiral, como um verdadeiro “dust devil”, em que as tramas paralelas torcem e contorcem até se chocarem em um final vibrante, que se desenrola em cenário genuinamente apocalíptico.
Produzido com o modesto orçamento de US$ 4,6 milhões, o longa-metragem ganhou status de cult em certos círculos cinéfilos, devido aos problemas enfrentados pelo diretor para lançá-lo comercialmente. Filmada em 1991, a obra demorou dois anos para entrar em circulação, e mesmo assim em cópias não autorizadas pelo cineasta. Ocorre que, por contrato, Stanley tinha direito à montagem final da versão européia, ficando a norte-americana sob poder da produtora Miramax. O estúdio rejeitou o corte original de 120 minutos, reeditou o filme à revelia do diretor e deu início a uma batalha judicial. A versão mutilada de “O Colecionador de Almas” acabou sendo exibido em alguns países. Em outros, como a Inglaterra, o filme jamais foi lançado.
Aliás, após a falência da empresa inglesa associada à produção, os copiões originais passaram dois anos desaparecidos, até o diretor conseguir encontrá-los em um cofre nos arquivos de outra empresa. Stanley montou uma versão oficial, mas só conseguiu mostrá-la ao mercado de home video, com o lançamento de DVDs especiais. Toda essa confusão acabou por atrair os olhares dos amantes de filmes obscuros, que ergueram em torno da obra uma aura cult. “O Colecionador de Almas” é um trabalho interessante, que guarda semelhanças narrativas inegáveis com o anterior (e superior) “Coração Satânico”, de Alan Parker. Os dois filmes mostram detetives investigando mortes violentas, e precisam lidar com magia negra no curso das respectivas investigações.
Stanley filmou nos desertos da Namíbia, e demonstra claro interesse pelo folclore local, dando espaço generoso na história ao personagem de um curandeiro que serve de guia para o detetive que investiga uma série de assassinatos sangrentos. A composição do personagem do policial vai na contramão dos protagonistas habituais – é um negro de meia-idade (John Matshikiza) que se mostra cético quanto à existência de explicações sobrenaturais para as mortes. Esta explicação, porém, existe, já que os crimes vêm sendo cometidos por uma entidade demoníaca que toma forma de um viajante solitário (Robert John Burke). O “demônio de areia” dá cabo de pessoas angustiadas que pensam em suicídio. Este é o exato perfil de Wendy (Chelsea Field), garota que acaba de largar o marido violento (Rufus Swart) e trafega sem rumo pelas estradas poeirentas do interior da África do Sul, enquanto é perseguida pelo amante.
Utilizando uma fotografia fortemente estilizada, que usa tonalidades carregadas de laranja e vermelho e abusa de tomadas panorâmicas do deserto para enfatizar a alienação dos personagens, o cineasta filma estas quatro figuras trágicas em rota de colisão. A narrativa é deliberadamente lenta, abrindo espaço para sonhos e delírios, e algumas seqüências gráficas de violência e sexo. Stanley afirma ter criado uma narrativa em formato de espiral, como um verdadeiro “dust devil”, em que as tramas paralelas torcem e contorcem até se chocarem em um final vibrante, que se desenrola em cenário genuinamente apocalíptico.
Por Rodrigo Carreiro - Fonte
Por favor, semeie! Semear é muito importante para que outras pessoas tenham acesso ao filme.
Créditos da postagem a rochavin, no MakingOff.
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