19 de dezembro de 2011

Texto: Youssef Chahine


Eu realizo filmes, em primeiro lugar, por mim. Depois por minha família. Depois por Alexandria e, então, pelo Egito. E se o mundo árabe gostar deles, ahlam wa Sahlan (são bem-vindos). E se a audiência estrangeira gostar também, então serão mais do que bem-vindos.
Youssef Chahine

Youssef Chahine é, sem dúvida, um dos maiores diretores do cinema árabe. Ícone e pioneiro do cinema egípcio, nasceu nesse país, em Alexandria, no ano de 1926. Estudou na Universidade de Alexandria e cursou Cinema e Arte Dramática nos EUA. Dirigiu dezenas de filmes, entre eles O destino (1997), A outra (1999) e Alexandria… New York (2004), que abordam temáticas relacionadas à complexa sociedade egípcia e à vida urbana. Falecido em 2008, deixou uma obra premiada e reconhecida em inúmeros países.

Texto: O cinema africano entre sonho e realidade

Artigo originalmente publicado na Berlinda (Magazine cultural de Berlim e o mundo de língua portuguesa), reproduzido no portal Buala.
 
“Será o cinema um modelo acabado? O cinema africano em busca de caminhos alternativos”. Este foi o título do debate promovido pelo festival de cinema Afrikamera, que decorreu em Berlim com o apoio da GIZ (Gesellschaft für Internationale Zusammenarbeit) e da Heinrich-Böll Stiftung, e moderado por Dorothee Werner (Berlinale). Nele participaram os diretores de alguns dos mais importantes festivais de cinema africanos, que falaram dos seus objetivos, glórias e dificuldades.

Os festivais de cinema africanos nasceram nos anos sessenta, num ambiente de revolução cultural e independências políticas, e foram em parte fruto de iniciativas privadas, que foram mais tarde institucionalizadas pelo estado. O festival pioneiro foi o JCC - Jornadas Cinematográficas de Cartago em 1966, seguido três anos depois pelo Festival Pan-africano de Cinema e Televisão de Ouagadougou (FESPACO), no Burkina Faso, e pelo Festival de Cinema de Durban, África do Sul, em 1979. Ao longo dos anos, o cinema africano foi ganhando cada vez mais visibilidade internacional, com alguns expoentes como a Palma de Ouro de Cannes para um filme africano (Chroniques des années de Braise,  do argelino Mohammed Lakhdar Amina, em 1975), em 2005 o Urso de Ouro da Berlinale para U-Carmen eKhayelitsha do sul-africano Mark Donford-May, e em 2006 um Óscar para Melhor Filme Estrangeiro com Tsotsi, do sul-africano Gavin Hood.

Nacer Khemir - Tawk al-Hamama al-Mafkoud (1991)


Tunísia/França | Nacer Khemir | 1991 | Fantasia | IMDB 
Árabe | Legenda: Português/Inglês/
  87 min | 680 Mb
Tawk al-Hamama al-Mafkoud / O colar perdido da pomba
Segundo filme da trilogia do deserto (clique aqui para ver o primeiro).
Apresenta enorme influência das Mil e uma noites. O filme mostra a estória de Hassan, que estuda a arte da caligrafia árabe com um grande mestre. Depois de achar um fragmento de um manuscrito, Hassan sai em busca das peças faltantes, acreditando que, ao encontrá-las, terá revelados os segredos do amor. Com a ajuda de Zin, ele encontra Linda Azizi, princesa de Samarkanda. Ao se deparar com várias dificuldades, inclusive com a guerra, em seu caminho, ele se dá conta de que mesmo uma vida inteira não será suficiente para desvendar as dimensões reais do amor.